Escombros. Cartoon de 27/10/2025 em CTXT
Tradução da banda desenhada. Título: Gaza está enterrada sob 61 milhões de toneladas de escombros. Letreiro: "Salão de baile do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu"
A UNRW, num relatório sobre a situação em Gaza no final de outubro - nove dias após a entrada em vigor do cessar-fogo - estima, com base em imagens de satélite de julho de 2025, que a ofensiva gerou mais de 61 milhões de toneladas de escombros. E nessa altura, nos EUA, a notícia relevante era a construção de um maldito salão de baile que o sociopata Trump estava a construir no Casablanca e que se dizia ter o seu nome.
Esta quantidade bestial de escombros dificultou o trabalho de recuperação das infra-estruturas devido à presença de engenhos por explodir e de explosivos, que continuam a pôr em perigo as pessoas na zona, e consideram urgente garantir um melhor acesso de pessoal e equipamento especializado para levar a cabo o trabalho de localização e remoção de minas e engenhos explosivos. Estas medidas são inegociáveis para que se possa proceder à localização e recuperação dos corpos das pessoas desaparecidas e mortas que ainda permanecem nos destroços da destruição total de Gaza.
No início de novembro, a Al Jazeera fez um balanço do número de vezes que Israel violou o cessar-fogo em Gaza. Segundo o Gabinete dos Meios de Comunicação Social do Governo de Gaza, Israel disparou 164 vezes contra civis, invadiu 25 vezes áreas residenciais para além da "linha amarela", bombardeou Gaza 280 vezes e demoliu 118 vezes propriedades de pessoas. Acrescentam ainda que Israel também deteve 35 palestinianos em Gaza no último mês e concluem que, desde que o cessar-fogo entrou em vigor, os ataques israelitas mataram pelo menos 373 palestinianos e feriram 970.
De acordo com a análise da Al Jazeera, Israel atacou Gaza quase todos os dias durante este período, 48 dos últimos 59 dias do cessar-fogo (agora muitos mais), o que significa que houve apenas 11 dias em que não se registaram ataques violentos, mortos ou feridos durante os primeiros dois meses da suposta cessação da ação militar dos genocidas.
Apesar dos ataques contínuos e das provas claras de múltiplas e flagrantes violações do acordo, os EUA continuam a insistir que o "cessar-fogo" continua em vigor, legitimando mais uma vez a impunidade do Estado genocida de Israel.
Israel não concebe de forma alguma um Estado palestiniano, como o acordo de "paz" afirma que deveria ser, mas apenas trabalha para a sua destruição e para ocupar todo o território. Basta olhar para trás na memória ou consultar os arquivos dos jornais para confirmar que a premissa de Israel sempre foi a negação da possibilidade de os palestinianos existirem na sua terra.
É o Ministro da Defesa, Israel Katz, que o afirma :
"A política de Israel é clara: não será criado nenhum Estado palestiniano. As IDF permanecerão no topo do Monte Hermon e na zona de segurança. Gaza será desmantelada até ao último túnel e o Hamas será desarmado na zona amarela pelas IDF e na antiga Gaza pela força internacional ou pelas IDF".
