ONU declara fome em Gaza

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ONU declara fome em Gaza

A ONU declara a fome em Gaza. Cartoon de 24/08/2025 em CTXT

*Doce tradicional israelita

Muitas agências e instituições avisaram há muito tempo que isto ia acontecer. Digamos apenas que agora os resultados da análise da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) apenas reforçam "tecnicamente" o que já sabíamos. Há fome na Faixa de Gaza. Este facto foi confirmado pelo Secretário-Geral da ONU a 22 de agosto. Já em outubro de 2024, alertaram para uma elevada probabilidade de fome iminente em partes do norte da Faixa de Gaza.

De acordo com um novo relatório da Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC) divulgado no mesmo dia, mais de meio milhão de pessoas em Gaza enfrentam uma situação de fome, caracterizada por fome generalizada, escassez extrema e mortes evitáveis. A Organização Mundial de Saúde alerta para o facto de se prever que as condições de fome se estendam da província de Gaza às províncias de Deir Al Balah e Khan Younis nas próximas semanas.

Durante os dias de "seca" noticiosa do verão, as notícias que chegavam da Palestina eram tão brutais, se não mais, do que as do resto do ano. Os genocidas, na sua linha, voltaram a bombardear o hospital Nasser, matando quinze pessoas, entre as quais quatro jornalistas.

Entretanto, por cá, alguns intrusos na nobre profissão de jornalista, como Francisco Marhuenda, escreviam editoriais tão simplistas e enganadores quanto nojentos com o refrão do "direito de defesa" de Israel, sem dedicar uma única palavra às dezenas de milhares de civis mortos ou à história da ocupação e do apartheid. E tudo isto quase ao mesmo tempo que o exército israelita executava uma equipa inteira de jornalistas da Al Jazeera na cidade de Gaza. Os repórteres, que estavam acampados à porta do hospital Al-Shifa, foram abatidos num ataque seletivo, mais um de muitos, pelas forças armadas israelitas.

Mas tudo pode piorar. O Ministério da Defesa anunciou um plano de ataque do exército israelita na cidade de Gaza, para o qual autorizou a mobilização de 60.000 reservistas suplementares e está já a fazer aquilo a que chamou "preparativos humanitários " para "evacuar" um milhão de pessoas da cidade de Gaza.

Quando Israel fala de ajuda humanitária, a realidade é sempre diferente e muito mais cruel. As autoridades israelitas privam os palestinianos de Gaza de água. Setenta por cento da água que passa por duas das três condutas existentes na Faixa de Gaza perde-se devido a fugas provocadas pelos bombardeamentos. Das 196 instalações de dessalinização geridas pelo sector público e pelas ONG, mais de 60% não estão a funcionar.

Um estudo da ONG War Child revela que 49% das crianças de Gaza manifestaram o desejo de morrer e 96% sentem que a morte está iminente. Representantes de várias organizações humanitárias que operam na região, como Save The Children, Oxfam, Glia, entre outras, declararam numa conferência de imprensa conjunta que muitas crianças em Gaza querem morrer porque "no céu há água, comida, doces e chocolate".

Israel assassina 28 crianças por dia em Gaza, mas é muito provável que, enquanto lê estas linhas, os genocidas tenham aumentado a média.

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